Na questão 886 de O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec questiona: “Qual é o verdadeiro sentido da palavra
caridade, como a entendia Jesus?” É então que os espíritos responderam: “Benevolência
para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.” Benevolência e indulgência são sinônimos,
respectivamente, de boa vontade e de tolerância, do que se depreende que, junto
ao perdão, a prática da caridade se estende para muito além da simples doação
material.
A caridade, de acordo com esse
entendimento sublime do Mestre Jesus, pode se manifestar em cada um de nossas
ações no decorrer do dia-a-dia, pode permear nosso comportamento no lar, nossa
conduta no trabalho, nosso jeito de ser nos estudos, nas convivências sociais,
nos círculos da amizade. Quando se age movido por boa vontade, se está agindo
com caridade. Quando se é tolerante para com as imperfeições alheias, se está
sendo caridoso. Quando se desculpa sinceramente, se está colocando em prática a
caridade.
Percebamos assim o sentido das
afirmações de S. Paulo, na 1ª Epístola aos Coríntios: “mesmo que falássemos
todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver
caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; - ainda quando
tivesse o dom da profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse a
perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível,
até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E,
quando houvesse distribuído todos os meus bens para alimentar os pobres e
houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo
isso de nada me serviria.”
Desse modo, nos inspiremos nesse
entendimento que Paulo nos apresentou dos ensinos de Jesus para reforçar a
afirmativa dos Espíritos Superiores na resposta à questão 886 de O Livro dos
Espíritos. E com essa certeza, reforcemos nossa vontade de seguir os passos
iluminados de Jesus na trilha redentora da abnegação e da renúncia em amor a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Referências:
O Livro dos Espíritos, organizado por Allan Kardec
(Ed. IDE), Questão 886;
O Evangelho Segundo o
Espiritismo, organizado por Allan Kardec (Ed. FEB), Capítulo XV, item 6.
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