Diversidade de Espíritos
Assim como entre os encarnados, entre os Espíritos também existem diferenças de um para o outro. Afinal, nós mesmos, encarnados, nada mais somos que Espíritos vestidos de um corpo de carne. Nesse sentido podemos entender que entre os Espíritos há os que gostam de uma coisa e outros que gostam de outras, assim como entre nós mesmos. Isso quer dizer que entre os Espíritos podem existir muitas diferenças. Talvez a mais marcante delas seja o nível evolutivo, ou seja, o ponto que o Espírito já atingiu na sua caminhada rumo à perfeição. Para ilustrar essas possíveis diferenças vamos ver abaixo um exemplo contido no livro O Jovem e o Sexo, que apresenta um trecho de outro livro chamado Sexo e Obsessão, do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco:
“(...) Iríamos atender a um jovem sacerdote que se encontrava em momento muito grave de sua existência, lutando com tenacidade contra tendências infelizes do passado, que o assaltavam agora com pertinaz incidência. Embora forjado em sentimentos humanitários e cristãos, perdia lentamente as forças na imensa pugna travada contras as más inclinações que lhe predominavam no íntimo e porque também estava sob indução espiritual perversa e perigosa.
Quando chegamos ao local em que deveríamos iniciar atividades socorristas, encontramos um jovem religioso mergulhado em terrível conflito interior. Não obstante se encontrasse ajoelhado, orando em desespero, o seu pensamento turbilhonado, exteriorizava imagens atormentadoras de que se desejava libertar.”
Nesse texto podemos perceber que no local em que a situação descrita se desenrola, além do rapaz encarnado também estão presentes desencarnados. Mas os desencarnados envolvidos na situação possuem entre si objetivos e motivações diferentes. Tem ao menos um que tenta induzir o jovem sacerdote ao mal e tem um grupo que chegou ao local para prestar socorro junto ao rapaz que está fazendo orações. Essa situação confirma que existem diferenças entre o nível evolutivo dos Espíritos, que uns são mais adiantados que outros.
Agora vamos ver um resumo do que a Doutrina Espírita nos ensina sobre isso no texto intitulado “Escala Espírita” – parte integrante de O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec:
“(...) Os Espíritos admitem, geralmente, três categorias principais ou três grandes divisões. Na última, aquela que se encontra na base da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo de praticar o bem: são os Espíritos bons. A primeira, enfim, compreende os Espíritos puros, que atingiram o supremo grau de perfeição. (...)
Com a ajuda deste quadro, será fácil determinar a ordem e o grau de superioridade ou inferioridade dos Espíritos com os quais podemos entrar em relação e, por conseguinte, o grau de confiança e de estima que eles merecem. (...) Observaremos, entretanto, que os Espíritos não pertencem para sempre e exclusivamente a esta ou aquela classe; o seu progresso se realiza gradualmente.
(...)Terceira Ordem – Espíritos Imperfeitos
Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo, e todas as más paixões que lhes seguem. Têm a intuição de Deus, mas não o compreendem.
Nem todos são essencialmente maus; em alguns, há mais leviandade. Uns não fazem o bem, nem o mal; mas pelo simples fato de não fazerem o bem, revelam a sua inferioridade. Outros, pelo contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos quando encontram ocasião de praticá-lo.
Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia; mas, qualquer que seja o seu desenvolvimento intelectual, suas idéias são pouco elevadas e os seus sentimentos mais ou menos abjetos. (...)
Predomínio do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e seu poder de fazer o bem estão na razão do grau que atingiram: uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais. Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam mais ou menos, segundo sua ordem, os traços da existência corpórea, seja na linguagem, seja nos hábitos, nos quais se encontram até mesmo algumas de suas manias. Se não fosse assim, seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito e gozam já da felicidade dos bons. Sentem-se felizes quando fazem o bem e quando impedem o mal. O amor que os une é para eles uma fonte de inefável felicidade, não alterada pela inveja nem pêlos remorsos, ou por qualquer das más paixões que atormentam os Espíritos imperfeitos; mas terão ainda de passar por provas, até atingirem a perfeição absoluta.
Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens do caminho do mal, protegem durante a vida aqueles que se tornam dignos, e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre os que não se comprazem nelas.
Quando encarnados, são bons e benevolentes para com os semelhantes; não se deixam levar pelo orgulho, nem pelo egoísmo, nem pela ambição; não provam ódio, nem rancor, nem inveja ou ciúme, fazendo o bem pelo bem.(...)
Primeira Ordem – Espíritos Puros
Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, em relação aos Espíritos das outras ordens.(...)
Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais provas nem expiações a sofrer. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, vivem a vida eterna, que desfrutam no seio de Deus.
Gozam de uma felicidade inalterável, porque não estão sujeitos nem às necessidades nem às vicissitudes da vida material, mas essa felicidade não é a de uma ociosidade monótona, vivida em contemplação perpétua. São os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. Dirigem a todos os Espíritos que lhes são inferiores, ajudam-nos a se aperfeiçoarem e determinam as suas missões. Assistir os homens nas suas angústias, incitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os distanciam da felicidade suprema é para eles uma ocupação agradável. (...)”
Isso tudo que acabamos de estudar nos traz uma informação muito importante: nem todos os espíritos são bons! Isso mostra a importância de estudar a Doutrina Espírita, para a gente não ficar sob as influências dos nossos irmãos menos moralizados, que podem trazer conseqüências ruins para nós.
Assim fiquemos com Jesus a guiar nossos passos, para seguirmos nossa própria caminhada na jornada pela escala evolutiva com nosso Mestre a nos conduzir pelas estradas da vida.
Referências Bibliográficas:
- O Jovem e o Sexo. Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza. 1ª Edição. Editora Auta de Souza: 2011.
- Sexo e Obsessão. Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco. (capítulo 2)
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